Nasci em Jequié, porem vivi meus primeiros anos de vida em Catingal (pequeno distrito) da cidade de Manoel Vitorino – Ba. Recordo muito bem do meu primeiro contato com a educação letrada, que aconteceu por volta dos meus cinco anos de idade, na residência da “tia” Lurdes, uma professora da rede municipal de ensino, que aproveitava os períodos “livres” para ganhar uns trocados extras para completar a sua renda familiar. Recordo-me com saudade e muito carinho desta querida professora, que abria as portas da sua casa, e com muita dedicação, afeto ensinava a mim e a outras crianças as primeiras letras, como também, numa espécie de banca ajudava no reforço escolar a outros tantos estudantes que necessitasse de seus conhecimentos, assim aconteceu minha educação infantil. Recordo-me dela pegando em minha mão e me ajudando a cobrir as primeiras letras (a; e; i; o; u) e assim se seguiu minha alfabetização, num modelo bem tradicional, esse processo se deu por mais ou menos um ano e meio, quando já com sete anos de idade, me matriculei no 1º ano do primeiro grau, que era naquela época, a primeira oportunidade de estudar no ensino regular publico, E lá fui eu, para a Escola Clemente Mariano, estudar com a filha da professora da minha banca, pró “Gaúcha”, ela assim como a tia Lurdes, tinha no máximo estudado até a quarta série primária, nível de estudo mais elevado oferecido naquela época naquela localidade. Naquela escola tudo era muito organizado, muito bem higienizador, quanto aos métodos de ensino, era extremante tradicional, tinha até o famoso milho do castigo, tinha uma historia de o mundo acabar em 2000, que eu mim acabava de chorar e mesmo a professora sabendo do meu pavor, era ela quem sempre me lembrava, talvez achasse engraçado o meu desespero, e devia ser mesmo viu (bêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee). Enfim mas parece que os conhecimentos adquiridos naquela instituição de ensino, foram validos, visto que logo no outro ano mudei com minha família para a cidade de Jequié e não tive dificuldades ao me matricular numa escola particular, tida na época como de boa qualidade, mas que usava os moldes do ensino tradicional numa forma mais lúdica, os próprios livros eram mais interessantes, me recordo do titulo: Eu gosto de, aí tinha, de matemática, de português e todas as outras disciplinas, foi bom estudar lá, com todos os mimos de uma escolinha particular, mais os mimos duraram pouco, logo no 3º ano, voltei à escola publica estadual, onde tive professores, que desenvolvia uma bom trabalho, claro que dentro de suas possibilidade, visto que ambas possuíam apenas o magistério e claro ensinava também numa perspectiva da educação bancaria. Não me recordo de ativades reflexivas para o exercício da cidadania, ou coisa parecida mesmo, a aprendizagem acontecia seguindo fielmente o livro didático, sem nenhuma outra fonte de pesquisa, nem a biblioteca, me recorda de ter sido solicitada em nenhum momento. O meu primeiro grau foi cursado todo ele no IERP (Instituto de Educação Rajes Pacheco) de onde não tenho lembranças significativas, muito mecânico o sistema de ensino, me lembro sim daquela quase ensurdecedora campa ia. Que o bairro todo tinha que ficar ouvindo de cinqüenta em cinqüenta minutos, e de um diretor de cara amarrada que numa nos disse um bom dia e ainda de uma vice-diretora que dava cascudos nos alunos. Meu segundo grau foi cursado Colégio Polivalente, e apesar de ter acontecido no turno da noite, período geralmente tido com menos eficaz, foi muito significativo para mim, visto que estudei com excelentes professores e não posso deixar de citar o empenho, profissionalismo e respeito para com todos os alunos da direção e vice-direção respectivamente Profª. Sônia e Profª. Benilda, que em vários momentos buscava junto com a comunidade estudantil solucionar os broblemas.
Em fim, assim resumo o período estudantil que antecedeu minha formação acadêmica, apesar de ter estudado com muitos professores responsáveis e amigos, tive uma aprendizagem conteúdista de ensino basicamente tradicional, onde a avaliação não era processual, o trabalhos em equipe era muito pouco realizado, enfim para o exercício da plena cidadania, acredito que a minha educação secundarista deixou a desejar, o que felizmente a me e a outras poucas pessoas nós proporcionado mesmo que ainda não de forma muito abrangente no terceiro grau.